Desvendando os Mistérios dos Vinhos Italianos: Três Histórias Cativantes
Ah, a Bella Italia, berço de vinhos renomados. Guarda histórias fascinantes por trás de algumas de suas mais célebres variedades. Neste blogpost, mergulho você em três curiosidades históricas sobre vinhos italianos.
De tão clássicas, tornaram-se verdadeiras anedotas históricas envolvendo vinhos que acima de tudo, revelam a riqueza cultural daquela região e finalmente sobre um povo e um país.
A origem do clássico Est! Est!! Est!!
- Est! Est!! Est!!!: A Lenda do Vinho com Três “Ests”
A história do Est! Est!! Est!!! remonta à Idade Média, quando um bispo alemão chamado Johannes Fugger viajava rumo a Roma. Ele enviou um mensageiro à frente para avaliar as tavernas, com a instrução de escrever “Est” (em latim, “é”) nas portas dos estabelecimentos com vinhos excepcionais.
Ao chegar a Montefiascone, o mensageiro ficou tão encantado com a qualidade dos vinhos locais que escreveu “Est! Est!! Est!!!” na porta. Essa tradição permanece, e Montefiascone é conhecida por seu vinho branco frutado, homenageando essa curiosa história.
É um vinho branco seco, da região de Lazio, portanto, Itália Central, elaborado com as uvas Malvasia e Trebbiano.
A lenda do Gallo Nero
- Gallo Nero: O Símbolo da Tradição Chianti
O famoso galo negro, ou “Gallo Nero“, é um símbolo icônico associado aos vinhos Chianti da região da Toscana. A lenda por trás do galo remonta ao século 13, quando Florença (Firenze) e Siena disputavam o controle da região.
Decidiu-se que dois cavaleiros partiriam ao amanhecer e o horário de partida seria quando cada um ouvisse o primeiro canto do galo. A regra era simples: o cavaleiro que mais avançasse o território delimitado entre essas duas importantes cidades medievais, ficaria assim, dono desta região e portanto, do direito de classificar o seus vinhos como Chianti.
O astuto cavaleiro de Florença, estrategicamente alimentou seu galo para cantar mais cedo, garantindo a vitória. Desde então, o Gallo Nero é símbolo de orgulho e tradição para os vinhos Chianti.
A região do Gallo Nero é a região de Denominação do Chianti Classico. Ela tem o seu próprio disciplinar e conta com 11 áreas delimitadas dentro de sua área total de produção, onde vinhos ali produzidos devem ser distinguidos sobre base em critérios específicos, como por exemplo, reconhecimento enológico e historicidade, entre outros atributos que regem as normativas do Consorzio.
O vinho dos Reis
- Barolo: O Vinho dos Reis e o Rei dos Vinhos
O Barolo, conhecido como “O Rei dos Vinhos“, tem uma história rica digna de sua majestade. Originário da região do Piemonte, sua fama se consolidou no século 19, quando o conde Camillo Paolo Filippo Giulio Benso, o Conde de Cavour, estadista italiano, serviu o Barolo nas mesas de banquetes reais.
Diz a lenda que ele apreciava tanto os vinhos da Borgonha, que provou na corte de Savoia, a qual reinava sobre a região da Sardenha, que quis elaborar vinhos assim, de tal forma, portanto, de grande qualidade.
E para isso Cavour sugeriu uma vinificação cuidadosa e envelhecimento prolongado, criando assim um vinho robusto e elegante que ainda é reverenciado como um dos melhores vinhos tintos da Itália.
E olha só que fato curioso: nesta época o reino da Sardenha é quem governava o Piemonte. Esse desejo também foi compartilhado com Juliette Colbert di Maulévier, que era francesa e que veio a ficar conhecida logo depois como a Marquesa de Barolo, esposa do importante aristocrata Carlo Tancredi Faletti.
Vinhos Conectam pessoas a deliciosas histórias
Ao explorar essas histórias, somos levados a uma jornada pelos séculos, testemunhando o encontro da tradição, mito e vinho. Cada gole dessas maravilhas italianas é, de fato, uma viagem no tempo e um tributo à paixão que os produtores italianos investem em suas criações.
Salute!
Vanda Meneguci – Sommelière Italiamais