Você está prestes a comprar aquele delicioso vinho, mas daí se depara com informações que te deixam confuso: Vinho Reserva e Reservado Qual a Diferença.
Muito falado e (talvez até) um tantinho mal explicado. O fato é que existem verdades e inverdades sobre o assunto e até jogada de marketing.
Claro, porque na indústria tudo é apelo! Há termos que podem dar muito mais relevância no consumo, o que certamente, eleva as vendas dos produtos!
E assim, é quando esmiuçamos e destrinchamos alguns assuntos. A diferença a qual se dá, portanto, entre “vinho reserva” e “vinho reservado” é frequentemente uma questão de nomeclatura e regulamentação, em suma, essas definições variam, sim, de acordo com a legislação aplicada em cada país vitivinicultor.
Não podemos deixar de lembrar que regiões de produção, também podem possuir suas regras e legislações próprias.
Entenda as diferenças
O termo Reserva, é mais utilizado no hemisfério norte, desta forma, nos países europeus que são produtores importantes na história e legado na produção de vinhos, a exemplo, em países como: Espanha e Itália.
Nestes países e em algumas regiões, isso quer dizer que o vinho envelheceu por um período mais longo, passando obrigatoriamente por estágio em barricas de carvalho.
Assim sendo, a ideia por de trás da palavra é que passando por um período mais longo de envelhecimento, isso definitivamente vai contribuir para uma maior complexidade de aromas e sabores. O vinho ganha mais importância.
Basta lembrarmos de clássicos do Made in Italy como o Barolo, o Brunello e o Amarone.
O termo Reservado
O termo “Reservado” que é comumente utilizado em vinhos do Chile, não possui qualquer normatização ou lei. É por fim uma menção sem significado. E desta forma, como já descrito anteriormente, leva o consumidor a pensar em algo especial, o que em verdade, não existe, não ocorre.
No Brasil, há um significado para o termo, em síntese, significa que o vinho é jovem, com 10% de álcool.
Um pouquinho de informação adicional sempre nos enriquece
Tudo bem que o tema abordado aqui seja, vinho reserva e vinho reservado. Todavia, dentro de um âmbito um pouco mais abrangente, é interessante entendermos como esses termos são aplicados em alguns países, e onde eles trazem, também, outras orientações importantes que determinam e controlam (na maioria dos casos) o seu processo de produção:
1- Espanha – Região: La Rioja
- Crianza: um ano em barril de carvalho, um ano em garrafa.
- Reserva: um ano em barril de carvalho, dois anos em garrafa.
- Gran Reserva: dois anos em barril de carvalho, três em garrafa.
2- Espanha – Catalunha (Espumantes CAVA)
- Cava Reserva: 15 meses sobre as borras.
- Cava Gran Reserva: 30 meses sobre as borras
3- Portugal
- Reserva: 0,5% acima do grau alcoólico mínimo da região.
- Grande Reserva: 1% acima do grau alcoólico mínimo da região.
- Garrafeira (vinhos tintos): 30 meses de envelhecimento, dos quais 12 em garrafa.
- Garrafeira (vinhos brancos e rosés): 12 meses de envelhecimento, dos quais 6 em garrafa
No país da Bota!
4- Itália
Riserva: Agora, vamos falar do Riserva. Na Itália é chamado assim, eventulamente que o nome é bastante semelhante. Conforme as leis disciplinares, do Consorzio, são obrigatórios 2 anos de amadurecimento no mínimo (DOC e DOCG são mais estritas e com grande variação de região para região). Um bom exemplo, nesse sentido, é a denominação de origem controlada e garantida Riserva Rufina
Nos Países do Hemisfério Sul
5- Chile
- Reservado: não há normatização
- Reserva: 0,5% acima do álcool mínimo.
- Vinho Reserva Especial: 0,5% acima do álcool mínimo e deve ter passagem por carvalho.
- Reserva Privada: 1% acima do álcool mínimo.
- Gran Reserva: 1% acima do álcool mínimo e deve ter passagem por carvalho.
6- Argentina
- Reserva: 135kg de uva por 100 litros de vinho, 12 meses em madeira para tintos e 6 para brancos.
- Gran Reserva: 140kg de uva para 100 litros de vinho, 24 meses em madeira.
- Roble: termo para vinho com qualquer uso de carvalho.
7- Brasil (apenas para vinhos finos)
- Reservado: vinho jovem, com 10% de álcool.
- Reserva: mínimo 11% de álcool (chaptalizado até 1%), 12 meses de amadurecimento para tintos e 6 para brancos. Uso de madeira opcional.
- Grande Reserva: mínimo 11% de álcool (sem chaptalização), 18 meses de amadurecimento (6 em madeira) para tintos e 12 para brancos e rosados (dos quais 6 em madeira).
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Arriverderci!
Vanda Meneguci
Sommelìère e Marketing/Importadora Italiamais